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segunda-feira, 1 de março de 2010

JOÃO CÃNDIDO DA SILVA

João Cândido da Silva é um pintor brasileiro que retrata em suas obras cenas do folclore da cultura popular brasileira. Foi também co-fundador da Escola de Samba Unidos do Peruche.



Nasceu em uma família de 18 irmãos gerados por dona Maria, uma humilde bordadeira, que acumulava funções entre ser dona-de-casa e artista plástica. Nascida no interior de São Paulo, casada com um trabalhador braçal de estrada de ferro, migrou para a cidade mineira, onde teve os primeiros filhos, entre eles João Cândido. Diante das dificuldades e privações financeiras, partem para São Paulo em busca de uma vida melhor. João Cândido diz que as primeiras impressões na cidade nova provocaram-lhe um certo temor. Até então, acostumado com uma paisagem rural, diferente do movimento urbano da cidade grande..


Ainda criança demonstrava interesse pelas artes, enquanto sua mãe trabalhava em suas pinturas e esculturas, o jovem desenhava com carvão nas paredes da casa. Para impedir que o Cândido continuasse com a “sujeira”, Dona Maria disponibilizava alguns materiais de pintura como restos de tintas e pincéis velhos.Assim, inicia suas primeiras experiências com as tintas óleo e acrílica aplicando-as sobre os suportes mais variados possíveis.



Os temas preferidos, são as festas e manifestações populares como: o boi, a capoeira, o futebol, o carnaval e a folia de reis. Embora a pintura seja sua mais recorrente forma de expressão, o artista também esculpe; trabalha com madeira, papel, arame recozido entre outros materiais.

João Cândido da Silva é irmão da pintora primitivista Maria Auxiliadora (1935-1974), a mais conhecida integrante da família Silva. Em 4 de janeiro de 1957, João Cândido, ao lado de Carlos Alberto Caetano, o Carlão, funda a Escola de Samba Sociedade Esportiva Recreativa Beneficente Unidos do Parque Peruche, que traz no seu pavilhão as cores: verde, amarela, azul e branca, cores facilmente identificadas em suas obras. Além de cuidar da administração da escola, João fabricava os instrumentos de percussão e ainda atuava como ritimista da bateria onde tocava “contra-surdo”.

Em 1960, por intermédio do irmão Vicente, que namorava Raquel, filha do músico e poeta Solano Trindade, iniciou sua participação em eventos culturais realizados em Embu das Artes, São Paulo. Mas para o artista, fazer apenas uma forma de sobrevivência, é buscar novos desafios. Ao voltar, recentemente, de uma viagem patrocinada pelo Institut de Sciences Politiques de Paris, organização estrangeira que divulga trabalhos dos artistas brasileiros na França, ele afirmou que embora tenha recebido muita atenção “lá fora” gosta mesmo de ficar por aqui, no Brasil, pintando as emoções do povo brasileiro. Atualmente está trabalhando com materiais reciclados.
Oscar D’ Ambrosio, que pesquisa sobre artistas naifs brasileiros chama a atenção para outras possibilidades de leitura a respeito da obra de João Cândido quando declara: “Embora autodidata, o traço de João Cândido não se vincula totalmente ao primitivismo, principalmente pelo uso da perspectiva na composição de paisagens e no respeito pelas proporções das personagens entre si e destas em relação ao ambiente em que se inserem”.


Na foto acma ao lado, João Cãndido e José Maria Bernardelli se emcontram no museu Florestal, local onde expuseram ''MAGIA DAS MÃOS'' além de obras de Vicente de Paula, irmão de Cãndido.

Outros interessados pela pintura brasileira têm lançado um olhar mais investigativo sobre a obra dos chamados “artistas ingênuos”.Neste sentido, acreditamos ser de suma importância a catalogação da obra artística de artistas como João Cândido da Silva, pois, somente assim, poderemos ter uma fonte sistêmica de consulta para aqueles que desejam dedicar um pouco mais de atenção ao trabalho de alguém que passou toda sua vida produzindo beleza. Mas podem chamar do que quiserem.

VEJA O VÍDEO:

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