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segunda-feira, 1 de março de 2010

VICENTE PAULO DA SILVA

Vicente Paulo da Silva nasceu em 1930, em Santana do Jacaré (MG).
Desde a infância, revelou inclinação para a escultura. Seus irmãos adotaram a pintura como expressão artística, sempre
incentivados pela mãe. Dos irmãos, Vicente Paulo da Silva assumiu naturalmente, e movido pelas circunstâncias a liderança, o incentivo
e a divulgação da escultura e pintura produzidas em família. Aos poucos, cada um procurou sua independência e características próprias.
A vinda para São Paulo, a exemplo dos migrantes, revestiu-se da luta pela sobrevivência. Os momentos difíceis foram
superados pela dedicação materna e união familiar. Anos depois, Vicente Paulo da Silva conheceu Raquel, filha de Solano Trindade,
atuante incentivador da arte popular no Embu, onde tiveram a oportunidade de comercializar os primeiros quadros e esculturas em
madeira, coroando o trabalho autodidata dessa família de artistas que se manteve fiel às origens, mediando sua atuação entre as classes
populares e o mundo acadêmico amante da pintura e escultura, que evocavam o cotidiano brasileiro na sua mais pura expressão.
Vicente Paulo da Silva dedicou-se à escultura em madeira. Esta representava arte, lazer e sobrevivência. Associado à arte,
o trabalho braçal, na década de 60, foi responsável pelo sustento da família. Após ser reconhecido como exímio escultor, manteve o
hábito de percorrer a periferia, onde, cercado pelas crianças de olhares curiosos, incentivava esse gosto de tirar da madeira bruta,
vivas expressões do cotidiano. Esse milagre da transformação tinha em Vicente Paulo da Silva o mediador hábil que dava vida à madeira
seca, fosse ela nobre ou não. Não importava a origem. O produto final encantava a todos. Mesmo não tendo formação acadêmica,
suas mãos revelavam o papel educador daqueles que tem compromisso com a arte e com o homem na sua essência mais nobre.
Em casas simples, em mansões e em museus do Brasil e do Exterior, há peças de Vicente Paulo da Silva, comprovando
o papel da arte que supera preconceitos e aproxima as pessoas por meio de sua linguagem universal e envolvente, entendida por todos
que têm sensibilidade.
O morador do Largo dos Jesuítas nº 98-B, no município de Embu, faleceu aos 50 anos, no dia 11 de janeiro de 1980, deixando
como descendentes as obras que criou.

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